Introdução ao Portugal 2030
O Portugal 2030 é a materialização do Acordo de Parceria a estabelecer entre Portugal e a Comissão Europeia e tem como enquadramento estratégico a Estratégia Portugal 2030, aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 98/2020, de 13 de novembro.
Este Acordo de Parceria fixa os grandes objetivos estratégicos para a aplicação do montante global de 23.000.000.000€, no período de 2021 a 2027.
A verba de 23.000 milhões de euros advém de diversas fontes:
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- FEDER: 11.500 milhões €
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- FSE+: 7.800 milhões €
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- Fundo de Coesão: 3.100 milhões €
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- Fundo para uma Transição Justa: 224 milhões €
- FEAMPA: 393 milhões €
Ao valor global de 23 mil milhões de euros são acrescidos valores relativamente a:
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- Cooperação Territorial Europeia (CTE): 139 milhões €
- Mecanismo Interligar Europa: 1.048 milhões €
Portugal 2030 irá ser implementado através de 12 programas:
4 programas Temáticos:
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- Inovação e Transição Digital
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- Ação Climática e Sustentabilidade
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- Demografia, Qualificações e Inclusão
- Mar
5 programas Regionais (NUTS II):
– … do Continente
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- Norte
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- Centro
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- Alentejo
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- Lisboa
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- Algarve
– … das regiões Autónomas
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- Açores
- Madeira
Programa de Assistência Técnica
E ainda: Programas de Cooperação Territorial Europeia
Em conjunto, estes Programas mobilizarão a totalidade dos recursos disponíveis, de forma articulada e coerente, no respeito pelos princípios da simplificação, da transparência, da parceria, da eficácia, da eficiência e da orientação para resultados.
Programação com base em 5 objetivos estratégicos da UE
A programação é feita em torno de 5 Objetivos Estratégicos (OP) da União Europeia.
Princípios orientadores
CONCENTRAÇÃO
Concentrar o apoio dos fundos europeus num número limitado de domínios estratégicos e tipologias de intervenção, o que leva a uma maximização do impacto nas dimensões económica, social, ambiental e territorial, estimulando uma mobilização mais eficiente de recursos.
SIMPLIFICAÇÃO
Continuar a reduzir custos associados à gestão e prazos através de:
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- redução dos níveis de programação
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- diminuição do tamanho da cadeia de intermediação processual (eliminação de etapas que não acrescentam valor)
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- custos simplificados
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- redução e simplificação das interações dos promotores com o sistema
ORIENTAÇÃO PARA RESULTADOS
Assegurar que a aplicação dos fundos europeus está centrada nos resultados a atingir.
ABERTURA À INOVAÇÃO
Implementação de projetos-piloto e abordagens territoriais inovadoras em domínios financiados pelos fundos europeus.
TRANSPARÊNCIA E PRESTAÇÃO DE CONTAS
Reforçar os mecanismos e práticas de informação pública já existentes nos Fundos Europeus, continuando a divulgação dos resultados obtidos, através do Portal da Mais Transparência.
SINERGIAS ENTRE FONTES DE FINANCIAMENTO NACIONAIS E COMUNITÁRIAS
Assegurar uma visão global dos recursos mobilizados ao serviço da Estratégia Portugal 2030:
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- na dimensão de programação estratégica e orçamental
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- na vertente de acompanhamento e avaliação
Programas
INOVAÇÃO E TRANSIÇÃO DIGITAL
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- Financiado pelos Fundos FEDER e FSE+
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- Dirige-se às regiões menos desenvolvidas do Continente e dá cumprimento, principalmente ao OP1 (apoiando a digitalização, inovação, I&D, internacionalização das empresas e das instituições de interface e do sistema científico)
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- Apoia ainda as empresas no OP2 (em projetos de descarbonização) e no OP4 (em formação de ativos)
AÇÃO CLIMÁTICA E SUSTENTABILIDADE
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- Financiado pelo Fundo de Coesão
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- De âmbito nacional, visa a transição climática, ações que promovem a adaptação às alterações climáticas, a economia circular e a mobilidade urbana (objetivos enquadrados no OP2)
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- No OP3, integra também os principais investimentos no domínio das Redes Transeuropeias de Transportes, designadamente da ferrovia.
DEMOGRAFIA, QUALIFICAÇÕES E INCLUSÃO
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- Financiado pelo FSE+
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- Cumpre quase integralmente o OP4
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- Intervenção alargada nos domínios das Políticas Ativas de: Emprego, Educação, Inclusão Social, Igualdade e não discriminação
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- Abrange as regiões menos desenvolvidas do Continente (exceto no apoio aos mais carenciados das regiões da A.M. de Lisboa e Algarve
MAR
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- Financiado pelo FEAMPA
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- Visa potenciar os investimentos na área do Mar (contribuí em particular para o OP2) e em estratégias de desenvolvimento local (OP5)
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- Atua em todo o território nacional
NORTE, CENTRO E ALENTEJO
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- Financiados pelo FEDER e FSE+
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- Os programas Regionais mobilizam a generalidade dos OP (com particular destaque para os OP5, OP2 e OP1)
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- Estes PO estão particularmente focados na dimensão territorial das políticas públicas, incluindo também os Planos Territoriais para uma Transição Justa (financiados pelo Fundo para uma Transição Justa)
LISBOA, ALGARVE, AÇORES E MADEIRA
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- Financiados pelo FEDER e FSE+
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- Os programas Regionais mobilizam a generalidade dos OP (com particular destaque para os OP5, OP2 e OP1)
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- Estes PO estão particularmente focados territorialização das políticas públicas
COOPERAÇÃO TERRITORIAL EUROPEIA
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- No âmbito deste objetivo, Portugal participa num conjunto de Programas Operacionais (em processo de programação e negociação) em parceria com os outros Estados Membros relevantes
ASSISTÊNCIA TÉCNICA
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- Financiado pelo FEDER e pelo FSE+
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- De abrangência nacional, este PO visa implementar ações de capacitação das entidades envolvidas na coordenação e gestão dos fundos (ao nível da monitorização, avaliação, comunicação, sistemas de informação e controlo)
Valores Globais
A distribuição dos Fundos por Objetivos Estratégicos (OP) será de:
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- 23% (5.305.000.000 €) para cada um dos OP 1 e 2 (“+inteligente” e “+verde”);
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- 8% (5.378.000.000 €) para o OP “+conectada” (OP 3);
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- 34% (7.883.000.000 €) para o OP 4 (“+social”);
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- 7% (1.567.000.000 €) para o OP “+próxima” (OP 5).
Por outro lado, numa perspetiva de distribuição dos Fundos diferente, por exemplo, através do ponto de vista dos Programas:
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- 57% para os quatro Programas Temáticos (Inovação e Transição Digital, Ação climática e Sustentabilidade, Demografia, Qualificações e Inclusão e Mar), explicitamente, 13.094.000.000 euros
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- 34% destinados aos cinco Programas Regionais do Continente (Norte, Centro, Alentejo, Lisboa e Algarve), verba cifrada nos 7.833.000.000 €
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- 8% para os dois Programas Regionais da Regiões Autónomas (Açores e Madeira), isto é, 1.899.000.000 euros
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- 1% destinado ao Programa de Assistência Técnica, cifrando-se nos 169.000.000 €.
Em conjunto, estes Programas mobilizarão a totalidade dos recursos disponíveis, de forma articulada e coerente, no respeito pelos princípios da simplificação, da transparência, da parceria, da eficácia, da eficiência e da orientação para resultados.
Disposições finais
Após todas as explicitações anteriormente referidas, e em forma de resumo, as prioridades do Programa Portugal 2030 assentam em 8 eixos:
INOVAÇÃO E CONHECIMENTO
Assegurar as condições de competitividade empresarial e o desenvolvimento da base científica e tecnológica nacional para uma estratégia sustentada na inovação.
QUALIFICAÇÃO, FORMAÇÃO E EMPREGO
Assegurar a disponibilidade de recursos humanos com as qualificações necessárias ao processo de desenvolvimento e transformação económica e social nacional, assegurando a sustentabilidade do emprego.
SUSTENTABILIDADE DEMOGRÁFICA
Travar o envelhecimento populacional e assegurar a sustentabilidade demográfica, assegurando simultaneamente a provisão de bens e serviços adequados a uma população envelhecida.
ENERGIA E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
Assegurar as condições para a diminuição da dependência energética e de adaptação dos territórios às alterações climáticas, nomeadamente garantindo a gestão dos riscos associados.
ECONOMIA DO MAR
Reforçar o potencial económico estratégico da Economia do Mar, assegurando a sustentabilidade ambiental e dos recursos marinhos.
COMPETITIVIDADE E COESÃO DOS TERRITÓRIOS DO LITORAL
Assegurar a dinâmica económica e a coesão social e territorial dos sistemas urbanos atlânticos.
COMPETITIVIDADE E COESÃO DOS TERRITÓRIOS DO INTERIOR
Reforçar a competitividade dos territórios da baixa densidade em torno de cidades médias, potenciando a exploração sustentável dos recursos endógenos e o desenvolvimento rural, diversificando a base económica para promover a sua convergência e garantindo a prestação de serviços públicos.
AGRICULTURA/FLORESTAS
Promover um desenvolvimento agrícola competitivo com a valorização do regadio, a par de uma aposta estratégica reforçada na reforma florestal.